Sabotagem em oleoduto provoca vazamento de petróleo na Amazônia equatoriana
Um oleoduto estatal do Equador foi alvo de sabotagem nesta quarta-feira (10), o que causou um vazamento de petróleo em um rio amazônico e levou a uma suspensão temporária de operações, anunciou a empresa pública Petroecuador.
A sabotagem contra o Sistema de Oleodutos Transequatoriano (SOTE) provocou o vazamento de petróleo, que "ocorreu intencionalmente perto de um corpo d'água" nos arredores do Lago Agrio (leste), informou a empresa, sem especificar a quantidade de óleo derramado.
"A emergência foi controlada", informou a Petroecuador. A companhia reportou, ainda, ter mobilizado uma equipe para conter e limpar o petróleo derramado.
"Novo desastre ambiental, as águas do rio Conejo contaminadas por petróleo na província de #Sucumbios", denunciou no Twitter a Confederação de Nacionalidades Indígenas da Amazônia Equatoriana (Confeniae). Uma mancha preta e oleosa se deslocava com a correnteza do rio, a cerca de 10 km de Lago Agrio, capital de Sucumbíos, segundo um vídeo da organização.
A ONG americana Amazon Frontlines, que defende os direitos dos povos originários, também divulgou um vídeo no Twitter, que mostra uma coluna de petróleo vazando do oleoduto sob grande pressão, poluindo terra e água. A ONG acrescentou que “estes eventos ocorrem com muita frequência na Amazônia equatoriana, afetando a vida de comunidades de povos indígenas e a biodiversidade”.
- Mais vazamentos -
O sistema de oleodutos Sote, com capacidade para transportar 360 mil barris por dia, foi alvo de uma "perfuração clandestina", afirmou a petroleira, que repudiou "os atos criminosos" contra a infraestrutura estatal estratégica.
A empresa suspendeu o bombeamento de petróleo bruto pelo Sote por 13 horas, sem afetar as exportações, uma vez que "há petróleo suficiente nos tanques de armazenamento". As operações foram retomadas depois que o buraco foi selado, e os trabalhos ambientais continuavam, informou a Petroecuador.
O petróleo é uma das principais fontes de financiamento da economia dolarizada do Equador, que extraiu, em média, 469 mil barris por dia em janeiro e fevereiro. Desse total, 64% foram destinados à exportação.
O Equador conta, ainda, com o Oleoduto de Petróleo Pesado (OCP) - uma companhia privada -, que fornece 450 mil barris por dia e, juntamente com o Sote, liga poços na Amazônia a um porto no Pacífico.
O governo do presidente Guillermo Lasso tem como meta dobrar a produção, apesar de indígenas e ambientalistas denunciarem a poluição provocada pela atividade petroleira.
A.Munoz--LGdM