Brasil e Colômbia fazem operação contra garimpo ilegal na Amazônia
Forças policiais brasileiras e colombianas desmantelaram, em uma operação conjunta, 19 pontos de garimpo ilegal de ouro na Amazônia em uma "operação histórica" por ar e terra que destruiu dragas e atingiu as finanças de organizações criminosas, informaram as autoridades nesta quarta-feira (6).
Em vídeos divulgados pela polícia da Colômbia, enormes maquinários estão em chamas ao longo do rio Amazonas, enquanto helicópteros das forças sobrevoam a área e atacam do ar.
A operação binacional é "um marco na luta contra a exploração ilícita de depósitos minerais" e a poluição de uma região megadiversa, destacou a polícia em um comunicado.
Autoridades ambientais, a Interpol, membros da Força Aérea e policiais de ambos os países trabalharam durante três dias na operação chamada "Maloca Grande".
Os depósitos atingidos "tinham a capacidade de extrair mensalmente 23 kg de ouro, avaliados em mais de 6 bilhões de pesos", o equivalente a 1,5 milhão de dólares (R$ 7,3 milhões), detalhou a instituição.
Esse dinheiro, apontou, era uma "fonte de financiamento para armas e explosivos" da Família do Norte, uma das maiores organizações criminosas do Brasil.
As máquinas destruídas despejavam cerca de 114 kg de mercúrio por mês nos rios Puré e Pureté, que atravessam áreas protegidas da Amazônia, contaminando, assim, 68,4 milhões de litros d'água. Esse dano ambiental afeta também a saúde dos povos indígenas Yurí e Aroje, indicou.
As 12 dragas localizadas na Colômbia e outras sete no Brasil estavam prejudicando o equilíbrio dos ecossistemas do solo, subsolo e da camada vegetal amazônica.
A polícia colombiana estimou o valor do maquinário destruído em cerca de 12,5 milhões de dólares (R$ 61 milhões).
Foi uma "operação histórica" para "proteger esse pulmão do mundo", declarou o general William Salamanca, diretor da polícia colombiana.
Segundo cientistas, deter a destruição da Amazônia, floresta tropical que se espalha por nove países, é fundamental para tentar evitar que ela atinja um ponto sem retorno, pois passaria a emitir mais carbono do que armazena, agravando o aquecimento global.
R.Espinoza--LGdM