Desmatamento na Amazônia brasileira tem menor taxa em um primeiro bimestre desde 2018
A floresta amazônica brasileira registrou a menor taxa de desmatamento em um primeiro bimestre em seis anos, segundo um relatório publicado nesta segunda-feira (18) pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
Em janeiro e fevereiro deste ano, 196 km² de mata foram devastados na maior floresta tropical do mundo, 63% a menos que no mesmo período de 2023, quando a perda foi de 523 km².
"O primeiro bimestre de 2024 fechou com a menor derrubada da floresta dos últimos seis anos, desde 2018", disse o centro de pesquisa, que realiza monitoramentos por satélite há quase duas décadas.
Segundo os registros do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon, fevereiro foi o 11º mês consecutivo de redução de área devastada.
A área perdida nos dois primeiros meses equivale a quase 327 campos de futebol por dia, indicou o instituto.
Dos nove estados da Amazônia, Mato Grosso, Roraima e Amazonas foram os que perderam mais áreas de florestas no período. Juntos, somaram 152 km² desmatados, ou seja, 77% da perda total na Amazônia.
O Imazon destacou que em Roraima o desmatamento avançou em terras indígenas, entre elas as dos yanomami.
Os yanomami vivem uma crise sanitária devido à atividade dos garimpeiros ilegais de ouro, que destroem a floresta e contaminam os rios.
Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon, instou o governo a "agilizar" os processos de demarcação de terras indígenas e de criação de reservas, "pois são esses os territórios que historicamente apresentam menor desmatamento na Amazônia".
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se comprometeu a combater as perdas da floresta amazônica, agravada durante o governo de seu antecessor, Jair Bolsonaro (2019-2022).
Durante a gestão do ex-presidente de extrema direita, aliado do poderoso agronegócio, o desmatamento da Amazônia avançou 75% em relação à média da década anterior.
"Esses dados mostram que ainda temos um grande desafio pela frente. Atingir a meta de desmatamento zero prometida para 2030 é extremamente necessário para combater as mudanças climáticas", destacou Amorim no portal da organização.
F.Maldonado--LGdM