Socorristas enfrentam dificuldade para acessar áreas afetadas pelas inundações no Afeganistão
As equipes de resgate estão tentando chegar, neste domingo (12), aos povoados do nordeste do Afeganistão devastados por inundações repentinas que mataram mais de 300 pessoas em um único dia.
O governo talibã afirmou que duas dúzias de voos permitiram evacuar centenas de feridos, enviar médicos e mais de 7.000 quilos de ajuda à província de Baglan, a mais afetada.
Apesar da mobilização geral e do estado de emergência declarado em todo o nordeste do país, as inundações e a geografia acidentada complicam a chegada de ajuda.
"Tivemos que usar todas as alternativas possíveis para levar alimentos aos sobreviventes que perderam tudo", indicou o Programa Mundial de Alimentos (PMA) na rede social X, com uma foto de burros carregando sacos de farinha.
Equipes da AFP viram caminhões de ajuda e civis presos em estradas destruídas e pontes derrubadas pela força das águas.
Além disso, veículos militares e escavadeiras estão tentando limpar as grossas camadas de lama da área onde, de acordo com a ONG Save the Children, vivem cerca de 600.000 pessoas, metade delas crianças.
A água submergiu repentinamente casas e terras agrícolas na sexta-feira (10), matando pelo menos 315 pessoas e deixando 1.600 feridos, segundo o Ministério para os Refugiados. O PMA forneceu um número de mortos semelhante no sábado (11).
Mais de 2.600 casas foram afetadas ou destruídas e 1.000 cabeças de gado foram arrastadas pela água no país, um dos mais pobres do mundo, onde 80% dos mais de 40 milhões de habitantes dependem da agricultura.
Segundo o relator especial da ONU para os Direitos Humanos no Afeganistão, Richard Bennet, essas inundações são "um claro sinal da vulnerabilidade do Afeganistão à mudança climática".
Desde o início do ano, segundo a Save the Children, "quase 13.000 pessoas foram afetadas por desastres causados por fenômenos meteorológicos extremos" no Afeganistão, um dos países mais vulneráveis à mudança climática, mas também um dos menos preparados para lidar com suas consequências.
M.Lozano--LGdM