Moraes manda soltar Anderson Torres, investigado por ataques de 8 de janeiro
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes ordenou, nesta quinta-feira (11), que ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, Anderson Torres, responsável pela segurança de Brasília no dia do ataque às sedes dos Três Poderes em janeiro, seja colocado em liberdade condicional.
"No atual momento, [...] a manutenção da prisão não mais se revela adequada e proporcional, podendo ser eficazmente substituída por medidas alternativas", escreveu Moraes em sua decisão.
Torres estava preso de forma preventiva desde o dia 14 de janeiro por indícios de omissão nos ataques às sedes dos Três Poderes por seguidores radicalizados de Bolsonaro no dia 8 de janeiro.
À época, o ex-ministro da Justiça ocupava o cargo de secretário de Segurança do Distrito Federal, que é responsável pela segurança na Praça dos Três Poderes.
Com a decisão de Moraes, Torres deverá usar uma tornozeleira eletrônica, está proibido de sair de Brasília e do país, e de se manifestar nas redes sociais, entre outras medidas, assinalou o STF em uma nota enviada à imprensa.
Segundo Alexandre de Moraes, "a eficácia da prisão preventiva já alcançou sua finalidade, com a efetiva realização de novas diligências policiais" que estavam pendentes. O ministro do Supremo, no entanto, não se manifestou sobre o mérito do caso.
A decisão chega dias depois de a Procuradoria-Geral da República (PGR) concluir que não encontrou indícios de que Torres e outras autoridades de primeiro escalão do Distrito Federal teriam agido intencionalmente para ajudar os vândalos que provocaram destruição na capital federal.
Ao negar um pedido anterior para a revogação da prisão preventiva do ex-ministro de Bolsonaro, em 1º de março, Moraes havia assinalado que a "omissão e conivência de diversas autoridades da área de segurança" com os vândalos estavam "demonstradas".
Também havia citado à época a descoberta, em 12 de janeiro, da minuta de um decreto na casa de Torres, datada de 2022, que propunha uma intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para reverter o resultado das eleições de outubro, nas quais Lula derrotou Bolsonaro.
X.A. Mendez--LGdM