Incêndio em abrigo deixa 10 mortos em Porto Alegre
Dez pessoas morreram e 15 ficaram feridas em um incêndio ocorrido na madrugada desta sexta-feira (26) em uma pousada que funcionava como abrigo para pessoas sem teto em Porto Alegre, informaram autoridades.
"Foram confirmadas dez vítimas e o local funcionava de forma irregular", indicou o Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul. Legistas trabalham no local para identificar os mortos, acrescentou.
O governador Eduardo Leite disse na plataforma X estar profundamente consternado pela tragédia e indicou que as autoridades trabalham na identificação das causas do incêndio.
Quinze pessoas resgatadas foram atendidas em dois hospitais da região, quase a metade delas por inalação de fumaça, segundo a Prefeitura de Porto Alegre. No fim do dia, sete pessoas continuavam internadas, duas delas em estado grave.
O diretor da Defesa Civil de Porto Alegre, Evaldo Rodrigues de Oliveira, disse à Rede Globo que o incêndio pode ter sido provocado.
"Foi muito rápido, gritaram 'fogo!' e o fogo estava dois quartos ao lado do meu", contou ao portal G1 um morador do abrigo, que não se identificou. Os bombeiros chegaram ao local por volta das 2h e conseguiram controlar as chamas por volta das 5h.
"Com tristeza e preocupação, soube da morte de ao menos 10 pessoas em incêndio em uma pousada de Porto Alegre", escreveu na rede social X o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se solidarizou com os familiares e amigos das vítimas.
O edifício, de três andares, foi parcialmente destruído, constatou a AFP. Seus ocupantes foram autorizados a retirar alguns pertences do local.
O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, decretou três dias de luto oficial. Em entrevista coletiva, anunciou uma força-tarefa para vistoriar outros locais usados pelo governo local para abrigar sem-teto.
- Tragédia anunciada -
Evaldo de Oliveira disse que uma equipe avaliava os danos causados à estrutura do imóvel, que pertence a uma rede de pousadas populares da capital gaúcha.
As autoridades municipais permitiram que outras pessoas que moravam no prédio retirassem alguns pertences e fossem levadas para outros abrigos.
Segundo os bombeiros, a pousada não possuía alvará de funcionamento nem plano de prevenção contra incêndios.
"É preciso investigar não só o incêndio, mas toda a trama de uma tragédia anunciada", afirmou ele no X.
Em 2013, um incêndio na boate Kiss, na cidade de Santa Maria, também no Rio Grande do Sul, deixou 242 mortos. A maioria das vítimas morreu asfixiada pela fumaça tóxica emitida pelo material inflamável da cobertura do local, que não tinha extintores funcionando e contava com apenas duas portas de saída para a multidão, segundo a investigação.
Quase nove anos depois, a Justiça condenou a penas de entre 18 e 22 anos de prisão os quatro acusados pela catástrofe, mas as sentenças foram anuladas posteriormente.
A.M. de Leon--LGdM