

México descarta indícios de 'campo de extermínio' em propriedade do narcotráfico
O governo do México disse, nesta segunda-feira (24) que não foram encontrados indícios de um "campo de extermínio" em um suposto centro de treinamento do narcotráfico descoberto no início de março no oeste do país.
Omar García Harfuch, secretário de Segurança federal, disse à imprensa que segundo as declarações de um suposto operador do lugar detido dias atrás, o local era um "centro de treinamento" do crime organizado.
"Confirmamos que se tratava de um centro de treinamento. Até o momento não temos nenhum indício (...) de que tenha sido um campo de extermínio", disse o funcionário durante a coletiva de imprensa matutina da presidente Claudia Sheinbaum.
No entanto, García Harfuch assegurou que segundo esta testemunha, pessoas que resistiam ao recrutamento eram assassinadas.
O coletivo de busca Guerreros Buscadores de Jalisco relatou em 5 de março que encontrou roupas e restos de esqueletos queimados nessa propriedade no município de Teuchitlán.
A Procuradoria-Geral mexicana, que está prestes a assumir o caso, confirmou a descoberta de pequenos restos de esqueletos carbonizados na fazenda, embora ainda não tenha determinado a quantas pessoas eles pertencem.
Em 11 de março, um comunicado realizado por dezenas de coletivos de busca descreveu o lugar como um "campo de treinamento e extermínio".
O governo mexicano anunciou no sábado a captura de José Gregorio 'N' (por lei, os sobrenomes são mantidos em sigilo), que García Harfuch disse nesta segunda-feira ser o responsável pelo "recrutamento" forçado de pistoleiros para o Cartel de Jalisco Nova Geração, uma das maiores organizações criminosas do país.
García Harfuch disse que José Gregorio 'N' forneceu elementos para saber como funcionava o local, para o qual as pessoas eram atraídas por falsas ofertas de emprego, principalmente como "seguranças".
"Uma vez no rancho, o doutrinamento consistia no manuseio de armas de fogo e condicionamento físico. Quando os recrutas chegavam ao local, deixavam seus pertences para trás e eram uniformizados com roupas táticas e botas, e seus telefones celulares eram levados", disse o secretário.
O secretátio acrescentou também que já foram desativadas 39 páginas nas redes sociais com ofertas falsas de emprego.
As investigações do chamado rancho Izaguirre foram realizadas até o momento pela promotoria de Jalisco, que foi acusada pelas autoridades federais de várias irregularidades.
O local foi inicialmente descoberto em setembro do ano passado quando policiais e guardas nacionais enfrentaram pistoleiros deixando um total de dez feridos.
Este caso teve muita repercussão na imprensa local em um país com mais de 120.000 desaparecidos, a maioria desde 2006, quando o governo federal lançou uma criticada operação antidrogas.
X.Quintero--LGdM