Han Kang, vencedora do Nobel, espera que sua vida 'não mude muito'
A escritora Han Kang, a primeira sul-coreana a vencer o Nobel da Literatura, afirmou nesta quinta-feira (17)que espera que seu dia a dia "não mude muito" depois de receber o prêmio de grande prestígio.
"Espero e acredito que a minha vida cotidiana não mudará muito", disse em uma cerimônia de entrega de prêmios em Seul, capital sul-coreana. "Sou alguém que se conecta com o mundo por meio da escrita e espero continuar escrevendo e conhecendo leitores através dos meus livros, como sempre fiz", acrescentou.
Han, 53 anos, venceu o Nobel de Literatura por "sua intensa prosa poética, que confronta traumas históricos e expõe a fragilidade da vida humana", segundo o anúncio da Academia Sueca em 10 de outubro.
A autora se tornou conhecida internacionalmente com o livro "A Vegetariana" (2007), que recebeu o Man Booker Prize em 2016, um dos principais prêmios literários da língua inglesa.
Vencer o Nobel foi "um momento de alegria e agradecimento. Eu celebrei tranquilamente aquela noite", recordou Han.
"A semana passada, repleta de tantas pessoas compartilhando minha alegria como se fosse a delas, será lembrada como uma experiência especial e comovente para mim", disse.
O anúncio do prêmio provocou grande sensação na Coreia do Sul e os sites das livrarias e editoras entraram em colapso quando milhares de pessoas tentaram comprar os livros de Han Kang.
Mais de um milhão de exemplares de livros da escritora Han Kang foram vendidos no país desde o anúncio do prêmio.
A autora, no entanto, espera poder continuar com sua rotina de escrita.
Han anunciou que está concluindo um romance e que espera publicar no próximo ano. Ela também disse que planeja escrever mais três livros antes de completar 60 anos.
"Porém, como sempre acontece, suspeito que à medida que escreva estes, eu terei ideias para mais livros e nunca deixarei de pensar nos livros que quero escrever", afirmou.
"Isso me faz pensar que talvez eu não consiga nem morrer de maneira apropriada, sempre assombrada pelo pensamento dos próximos três livros que quero escrever", disse.
M.Lozano--LGdM