Chile espera desenvolver até cinco novos projetos de lítio em dois anos
O governo do presidente chileno, Gabriel Boric, anunciou nesta segunda-feira (15) que espera desenvolver nos próximos dois anos cinco novos projetos de exploração de lítio no âmbito da estratégia público-privada que busca dobrar a produção do mineral na próxima década.
Segundo produtor mundial desse mineral-chave para a fabricação de baterias de veículos elétricos, o Chile abriu formalmente nesta segunda-feira o processo para que investidores privados chilenos e estrangeiros demonstrem interesse por desenvolver projetos de lítio em alguns dos 26 salares, que representam 18% do território salino do país.
"Esperamos que ao final do nosso governo (em março de 2026), estejam em vias de desenvolvimento entre três e cinco novos projetos de lítio", disse em coletiva de imprensa o ministro da Economia, Nicolás Grau.
O governo Boric já definiu a exploração e a proteção da rede de salares do Chile, que tem uma das maiores reservas conhecidas do mineral, fundamental para a transição energética global.
O processo de recepção de interesse pelos 26 salares - situados ao longo do extenso Deserto do Atacama, no norte do Chile - vai durar 60 dias. Os resultados serão anunciados em julho próximo.
"Esta expressão de interesse é ampla. Não tem restrições do ponto de vista de quem pode expressar interesse", detalhou a ministra da Mineração, Aurora Williams.
Paralelamente, avança o processo para explorar de forma conjunta, por meio de iniciativas público-privadas, cinco salares: Pedernales, Grande, Los Infieles, La Isla e Aguilar. Por sua importância estratégica e volume de produção, o Estado chileno terá a participação majoritária na exploração do salar do Atacama e do salar de Maricunga.
O Chile extrai atualmente todo o lítio que exporta do salar do Atacama, mediante exploração por concessões da empresa chilena SQM e da americana Albemarle. No ano passado, as exportações de carbonato de lítio representaram 5,3% do total das exportações chilenas, uma queda em relação aos 8,4% de 2022.
A.Soto--LGdM