La Gaceta De Mexico - Juiz americano autoriza liquidação de bens de teórico da conspiração, mas poupa sua empresa

Juiz americano autoriza liquidação de bens de teórico da conspiração, mas poupa sua empresa
Juiz americano autoriza liquidação de bens de teórico da conspiração, mas poupa sua empresa / foto: © AFP/Arquivos

Juiz americano autoriza liquidação de bens de teórico da conspiração, mas poupa sua empresa

Um juiz do Texas autorizou nesta sexta-feira (14) a liquidação dos bens pessoais do popular teórico da conspiração Alex Jones para o pagamento de parte de uma indenização às famílias das vítimas de um massacre em uma escola na década passada, episódio classificado por ele como uma "farsa".

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No entanto, o juiz de falências de um tribunal de Houston liberou Jones de liquidar sua empresa, o site de extrema direita InfoWars, acusado por muito tempo de difundir informações falsas, o que lhe permitirá seguir operando por ora.

"Estarei amanhã [sábado] no estúdio. Temos que comemorar que ainda não estamos mortos", disse Jones em entrevista concedida para sua própria plataforma, na qual considerou a decisão judicial uma "vitória surpreendente".

O teórico da conspiração, que acumulou fortuna através do InfoWars, havia afirmado em seus programas que o tiroteio na escola primária Sandy Hook em Connecticut, em 2012, foi fabricado pelo governo e por defensores do controle de armas como uma desculpa para regulá-las, e que ninguém morreu no ataque.

Na realidade, o autor do crime, que antes havia assassinado a própria mãe, matou 20 crianças e seis adultos na escola e depois se suicidou.

As plataformas de Jones têm estado na mira pela divulgação de informações conspiratórias ou falsas. O comunicador, no entanto, afirma que está respaldado pelo direito constitucional à liberdade de expressão.

Após suas declarações sobre Sandy Hook, Jones foi processado por familiares das vítimas e condenado a pagar quase US$ 1,5 bilhão (R$ 8 bilhões na cotação atual) em danos e prejuízos.

Posteriormente, ele declarou falência pessoal no Texas, seu estado natal, e disse que seus passivos excediam em muito os seus ativos, que poderiam chegar a US$ 10 milhões (R$ 53,6 milhões).

A Free Speech Systems, a empresa matriz da InfoWars, sediada no Texas, também declarou falência.

"Provavelmente este será o fim da InfoWars muito, muito em breve. Se não hoje, nas próximas semanas ou meses. Mas é apenas o começo da minha luta contra a tirania", disse Jones, antes de entrar no tribunal nesta sexta-feira.

Embora o juiz tenha autorizado nesta sexta Jones a converter seu caso de falência individual em uma liquidação direta para pagar suas dívidas, não incluiu na decisão sua empresa.

"Nunca me pediram para tomar a decisão de encerrar ou não um programa", disse o juiz López na audiência, segundo reportagens da imprensa. "Isso nunca iria acontecer", acrescentou.

- Apoio a Trump -

A decisão faz com que muitos bens de Jones, incluindo um rancho no Texas avaliado em cerca de US$ 2,8 milhões (cerca de R$ 15 milhões), sejam vendidos para ajudar na quitação das dívidas, mas alguns ativos, como sua casa em Austin, estão isentos.

As famílias das vítimas do massacre, que ainda não se manifestaram sobre a sentença, denunciaram durante anos assédio e ameaças por parte dos seguidores de Jones.

O teórico da conspiração, que apoiou as infundadas teorias que alegavam fraude nas eleições de 2020 em prejuízo a Donald Trump, disse que seu caso foi "um ensaio" do que agora ocorre com o ex-presidente republicano, considerado culpado de 34 crimes graves por falsificação de registros contábeis no mês passado em Nova York e que enfrenta outras acusações.

A loja on-line da InfoWars promove suplementos e estimulantes de testosterona enquanto o site afirma que o governo está feminilizando os homens ou os tornando homossexuais através do uso de substâncias químicas.

De acordo com especialistas em desinformação, este tipo de negócio deixa claro o desafio de combater a veiculação de informações falsas na internet, que cada vez se propagam mais rápido e geram mais engajamento e receitas do que as verdadeiras.

Cidadãos americanos e grupos defensores da democracia utilizam cada vez mais as demandas por difamação para pedir a responsabilização daqueles que propagam deliberadamente conteúdos de desinformação.

A.Gonzalez--LGdM