Governos estudam corredor humanitário para migrantes retidos entre Peru e Chile
Peru, Chile, Equador e Venezuela estudam a abertura de um corredor humanitário para que centenas de migrantes que deixaram o território chileno possam chegar a seus países de origem, informou nesta sexta-feira (28) Vicente Romero, ministro peruano do Interior.
Os governos tentam encontrar uma solução para os migrantes que deixaram o Chile nas últimas duas semanas, após o endurecimento dos controles migratórios.
O Peru os impede de passar, alegando falta de documentação. Na quarta-feira, decretou estado de emergência por 60 dias em suas fronteiras e ordenou o envio de militares para reforçar a vigilância e enfrentar a insegurança associada a estrangeiros, segundo a presidente Dina Boluarte.
"Estamos trabalhando, no nível da Chancelaria, tanto com Chile, Equador e também com a Venezuela para poder ver e de que maneira podem cruzar essas fronteiras e não ter nenhum problema", disse Romero à radio RPP.
"A polícia nacional manterá o controle da ordem interna, com o apoio das forças armadas", disse Boluarte durante coletiva de imprensa conjunta com vários ministros na quarta-feira.
O importante - acrescentou - é "dar a segurança necessária a todos os estrangeiros que voluntariamente querem voltar para o seu país". "Uma vez que se estabeleça o corredor humanitário, vai ser feito como deve ser", prometeu o ministro.
Segundo o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur), diariamente se concentram em média entre 150 e 200 imigrantes nas fronteiras entre Chile e Peru.
Diante do bloqueio das autoridades peruanas, alguns cruzaram irregularmente em direção à cidade fronteiriça peruana de Tacna e outros se instalaram do lado chileno, na cidade de Arica.
Dezenas de militares começaram a se posicionar hoje nas fronteiras com o Chile e Equador, segundo imagens exibidas pela TV local. "Faremos vigilância e patrulha naqueles pontos críticos e sensíveis onde se evidencia a entrada ilegal", declarou o ministro da Defesa, Jorge Chávez.
A ONG Anistia Internacional defendeu a desmilitarização das fronteiras e expressou "preocupação profunda com a precariedade absoluta em que se encontram" os migrantes retidos. "Os governos de Boric e Boluarte agravam inutilmente a situação, transformando a mesma em uma crise humanitária que aumenta o risco à vida e segurança" destas pessoas."
D.F. Felan--LGdM