Ex-líder escocesa Nicola Sturgeon alega inocência após ser detida
A ex-líder separatista escocesa Nicola Sturgeon, que renunciou ao cargo em fevereiro, defendeu sua inocência neste domingo (11) depois de ter sido detida por várias horas como parte de uma investigação sobre supostas irregularidades nas finanças de seu partido.
A ex-primeira-ministra escocesa foi interrogada por sete horas em relação a uma investigação sobre as finanças do Partido Nacional Escocês (SNP, na sigla em inglês), força política dominante na Escócia.
A polícia informou que ela foi liberada à espera de novas investigações.
"Estar na situação em que me encontrei hoje, quando tenho a certeza de que não cometi nenhum crime, é chocante e profundamente angustiante", escreveu Sturgeon em um comunicado após sua libertação.
"Nunca faria nada que prejudicasse nem o SNP nem o país", acrescentou, depois de comparecer voluntariamente ao interrogatório, conforme indicou uma de suas porta-vozes à agência PA.
"A inocência não é apenas uma presunção a que tenho direito por lei. Sei além de qualquer dúvida que sou inocente de qualquer crime", continuou a ex-primeira-ministra do governo escocês e líder do partido nacionalista desde 2014.
Sturgeon foi presa às 10h09 locais (06h09 de Brasília) e liberada às 17h24. Esta é a terceira prisão no âmbito da investigação sobre as supostas irregularidades financeiras do SNP, que abalaram o cenário político escocês.
O partido, que defende a independência da Escócia, já havia sido enfraquecido após a surpreendente renúncia de sua carismática líder em fevereiro.
"Uma mulher de 52 anos foi presa hoje (...) como suspeita no âmbito da investigação em curso sobre o financiamento e as finanças do Partido Nacional Escocês", informou a polícia.
Tanto a BBC quanto a agência PA afirmaram que se tratava de Sturgeon.
Esta investigação policial, que começou em 2021, busca esclarecer o destino de cerca de 600 mil libras esterlinas (cerca de 3,68 milhões de reais) arrecadadas pela formação para organizar um novo referendo de independência, um projeto atualmente bloqueado devido à recusa do governo britânico.
A polícia já havia realizado buscas em várias propriedades, incluindo a residência de Sturgeon e seu marido, Peter Murrell, bem como a sede do SNP em Edimburgo, de acordo com a agência PA.
No início de abril, Murrell também foi detido brevemente. O político ocupou o cargo de diretor-geral do partido até meados de março, quando renunciou.
O tesoureiro do SNP, Colin Beattie, foi preso alguns dias depois, mas também foi liberado sem acusações.
O.Escareno--LGdM