Equipes de emergência não acharam mais migrantes perto das Canárias
As equipes de emergência espanholas, que na segunda-feira salvaram dezenas de migrantes à deriva no mar perto das Ilhas Canárias, não acharam, nesta terça-feira (11), mais nenhuma das três embarcações reportadas como desaparecidas por uma ONG.
O serviço de Salvamento Marítimo da Guarda Costeira enviou, na manhã desta terça-feira, um de seus aviões para sobrevoar o oceano Atlântico e pediu a ajuda "dos navios que transitam pela zona", disse à AFP um porta-voz da instituição.
O "avião rastreou a área e não encontrou nada", disse outro porta-voz da instituição durante a tarde.
Na segunda, o Salvamento Marítimo resgatou 78 migrantes de uma frágil embarcação e os levou para a ilha de Grã Canária, onde foram atendidos pela Cruz Vermelha.
Em um primeiro momento, os socorristas mencionaram 86 migrantes resgatados, mas nesta terça revisaram o número.
Segundo a ONG espanhola Caminhando Fronteiras, que baseia seus dados em depoimentos de migrantes e suas famílias, outras três embarcações, que partiram do Senegal com cerca 300 migrantes a bordo, continuam desaparecidas.
Uma delas partiu em 27 de junho da cidade senegalesa de Kafountine, a cerca de 1.700 quilômetros das Canárias, com cerca de 200 pessoas a bordo.
O Salvamento indicou inicialmente que a embarcação resgatada na segunda poderia ser esse barco, mas admitiu que errou. O barco recuperado na segunda não era uma das três embarcações que partiram de Senegal, informou nesta terça um porta-voz da Caminhando Fronteiras.
"Cada minuto conta para encontrar com vida as mais de 300 pessoas que viajavam em três barcos senegaleses (...) São necessários mais meios de buscas e uma colaboração maior entre Mauritânia, Espanha e Marrocos", tuitou a fundadora da Caminhando Fronteiras, Helena Maleno.
Senegal, especialmente o sul do país, é um dos pontos de partida de migrantes sem documentos para a Europa. A Espanha é uma das principais portas de entrada.
Um dos principais nomes da oposição no Senegal, Ousmane Sonko, atribuiu nesta terça-feira o "fenômeno macabro e angustiante" da saída de migrantes irregulares ao "fracasso das políticas públicas do regime do presidente Macky Sall", de acordo com publicações em seu perfil no Twitter.
Sonko foi condenado no início de junho a dois anos de prisão e foi impedido de concorrer às eleições presidenciais de 2024.
Este incidente provocou protestos que deixaram 16 mortos, segundo dados oficiais. Segundo a oposição, entretanto, o número sobe para 30 mortos.
A.Munoz--LGdM