Autoridade eleitoral do Equador abre caminho para candidatura do substituto de presidenciável assassinado
A autoridade eleitoral do Equador abriu o caminho para as aspirações presidenciais de Christian Zurita, o substituto do líder político assassinado, ao rejeitar um recurso apresentado pela força esquerdista do ex-presidente Rafael Correa para impedir a candidatura de Zurita.
O correísmo alegou que Zurita aparecia inscrito pelo partido de centro-direita Renovación Total (Renovação Total, Reto) e não pelo Construye (Construir), que dá o aval presidencial, por isso estaria incorrendo em dupla militância.
Zurita argumentou que um documento que o vinculava ao Reto era falso, por isso pediu ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) a cassação de sua validade para o primeiro turno de domingo.
O CNE deu-lhe razão e aceitou "a nulidade" solicitada, disse à imprensa Diana Atamaint, presidente da entidade.
O suposto conflito de Zurita o teria impedido de ser candidato por violação das normas eleitorais.
O "correísmo novamente tenta nos silenciar, confirma seu temor à nossa candidatura", afirmou mais cedo no X (antes Twitter) o Construye, partido de centro ao qual pertencia Villavicencio, segundo nas intenções de voto antes de sua morte, atrás da correísta Luisa González, segundo a Cedatos.
Zurita celebrou a decisão do CNE: "Estamos a poucas horas de que se oficialize a candidatura de Christian Zurita e Andrea González", sua candidata à vice-presidência, disse em Guayaquil. Agora, o Conselho deve confirmar a candidatura.
Também jornalista e crítico do correísmo como Zurita, Villavicencio foi assassinado a tiros por um mercenário colombiano na quarta-feira da semana passada ao sair de um comício em Quito.
Antes do crime, ele acusou o líder preso da organização criminosa "Los Choneros" de tê-lo ameaçado de morte.
Enquanto membro da Assembleia Nacional - dissolvida em maio pelo presidente Guillermo Lasso, medida que levou às eleições antecipadas - denunciou ao Ministério Público que parlamentares, entre eles correístas, estariam envolvidos em um plano para assassiná-lo.
O Construye acrescentou na rede X que "a reação vil e desesperada do correísmo em todos os dias posteriores ao assassinato (de) Fernando, incluída esta impugnação, é a confirmação de que somos a candidatura mais temida pelas máfias".
Por não estar habilitado como presidenciável, Zurita não pôde fazer parte do debate oficial na noite de domingo, do qual participaram outros sete candidatos, um requisito obrigatório.
Villavicencio, um ferrenho opositor ao correísmo, era jornalista investigativo, atividade que levou Correa, que vive na Bélgica desde que deixou o poder em 2017, a ser condenado à revelia a oito anos de prisão por corrupção.
L.Navarro--LGdM