Ucrânia afirma que drones russos atacaram áreas industriais civis no Danúbio
A Ucrânia afirmou neste domingo (3) que drones russos atacaram instalações "industriais civis" na região do Danúbio, sudoeste do país, perto da Romênia.
"O inimigo atacou as infraestruturas industriais civis da região do Danúbio", afirmou o gabinete do procurador-geral da Ucrânia no Telegram. "O ataque deixou dois feridos, que foram hospitalizados", acrescenta a nota.
De acordo com a mesma fonte, as tropas ucranianas derrubaram 22 dos 25 drones utilizados no ataque.
O exército da Rússia anunciou que utilizou drones em um ataque contra o porto de Reni, na fronteira com a Romênia, país membro da Otan.
"Esta noite, o exército russo executou um ataque com drones em grupo contra instalações de armazenamento de combustível utilizado para abastecer equipamentos militares do exército ucraniano no porto de Reni", afirmou o exército. Todos os alvos "foram atingidos", acrescenta uma nota oficial.
O ministério da Defesa da Romênia condenou com veemência os reiterados ataques russos contra infraestruturas ucranianas na região do Danúbio.
"O ministério reitera, nos termos mais fortes, que os ataques contra alvos civis e infraestruturas na Ucrânia são injustificáveis e contradizem profundamente as regras do direito humanitário internacional", afirma um comunicado.
As tropas russas já haviam atacado em outras ocasiões as instalações às margens do Danúbio, em particular os portos de Reni e de Ismail.
Após a suspensão do acordo que permitia a exportação de grãos ucranianos pelo Mar Negro, a Rússia intensificou os ataques contra as regiões de Odessa e Mykolaiv, sul da Ucrânia, que têm portos e infraestruturas necessárias para o comércio.
Também neste domingo, o ex-presidente russo Dmitri Medvedev anunciou que o país recrutou 280.000 militares desde o início do ano, o que elevou o contingente em 50.000 soldados desde o início de agosto.
"De acordo com dados do ministério da Defesa russo, quase 280.000 pessoas foram aceitas sob contrato nas Forças Armadas desde 1º de janeiro", afirmou Medvedev, citado pela agência oficial TASS.
O ex-presidente, que atualmente é vice-secretário do Conselho de Segurança da Rússia, fez a declaração durante uma visita à ilha de Sakhalin, no extremo oriente do país.
O governo russo organiza uma grande campanha de recrutamento voluntário, estimulada por publicidade nas ruas e na internet, com a promessa de grandes salários e benefícios sociais para os futuros soldados.
Em setembro de 2022, diante das baixas registradas na frente de batalha, as autoridades russas recorreram a uma mobilização parcial que permitiu o recrutamento de pelo menos 300.000 soldados, mas que também provocou a fuga de centenas de milhares de russos para o exterior.
B.Ramirez--LGdM