Ucrânia reivindica novos avanços no sul e perto de Bakhmut
A Ucrânia anunciou nesta segunda-feira (18) que recuperou ter recuperado sete quilômetros quadrados na semana passada em áreas ocupadas pelo exército russo no sul do país e nas proximidades de Bakhmut, na região leste, onde as forças de Kiev executam uma contraofensiva complexa.
As tropas ucranianas, envolvidas desde junho em uma contraofensiva diante das linhas de defesa russas fortalecidas, intensificaram a pressão nos últimos 15 dias, recuperando o controle de Robotyne, no sul, e de de Andriivka, no leste.
A localidade de Klishchiivka foi recuperada no domingo, após meses de combates.
A vice-ministra da Defesa, Ganna Maliar, anunciou que as forças ucranianas liberaram dois quilômetros quadrados na semana passada na região de Bakhmut e 5,2 quilômetros quadrados no sul, onde os esforços se concentram atualmente na localidade de Verbove.
Em seu tradicional discurso diário, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, elogiou os soldados que lutam contra os russos perto de Bakhmut e destacou os militares que retomaram Klishchiivka. "Muito bem", disse.
As localidades, que antes da guerra tinha algumas centenas de habitantes, foram destruídas pelos combates.
Além disso, o exército ucraniano anunciou nesta segunda-feira que derrubou 18 drones e 17 mísseis lançados pela Rússia em uma nova série de ataques noturnos.
"Derrubamos 18 drones de um total de 24 lançados contra as regiões Mykolaiv e Odessa" (sul), afirmou o exército no Telegram. Os 17 mísseis de cruzeiro também foram destruídos.
Na região de Odessa, onde 11 drones foram derrubados, o ataque atingiu infraestruturas da cidade de Vilkove, no delta do Danúbio, sem provocar vítimas, informou o governador da região, Oleg Kiper.
Na área de Mykolaiv, os destroços de um drone abatido provocaram um incêndio em um prédio vazio, sem provocar vítimas, segundo as autoridades locais.
- Visitas diplomáticas -
A Rússia afirmou que derrubou, durante a noite, vários drones ucranianos na península anexada da Crimeia, na região de Moscou e e nas localidades de Belgorod e Voronezh, perto da fronteira com a Ucrânia.
As forças ucranianas tentam, no leste e no sul, cortar as linhas de abastecimento do exército russo, mas o avanço é lento.
O comandante do Estado-Maior dos Estados Unidos, general Mark Milley, declarou que a contraofensiva "não fracassou", mas que o caminho para a vitória é muito longo.
No plano diplomático, Zelensky viajará na quinta-feira a Washington, pela segunda vez desde o início da guerra, onde se reunirá com o presidente americano, Joe Biden.
O ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, visitará a Rússia entre segunda-feira e quinta-feira para conversas sobre "segurança".
Os vínculos entre China e Rússia, países aliados há vários anos, foram ampliados desde o início da invasão russa da Ucrânia, em 2022, que Pequim se nega a condenar.
A visita acontece após a viagem à Rússia do líder norte-coreano Kim Jong Un, que nesta segunda-feira expressou "sinceros agradecimentos" ao presidente Vladimir Putin.
A viagem de quase uma semana de Kim ao extremo leste da Rússia não resultou em nenhum acordo, segundo o Kremlin, mas demonstrou os possíveis pactos militares entre os dois países, em um cenário de preocupação no Ocidente sobre possíveis entregas de armas de Pyongyang a Moscou.
A.Soto--LGdM