Segurança domina debate entre candidatos à presidência no Equador
Militarizar prisões, portos e alfândegas, reforçar a segurança nas escolas diante da crescente violência e uma consulta popular no Equador foram as propostas que marcaram o debate de domingo (1) entre os candidatos à presidência Luisa González e Daniel Noboa, que se enfrentarão no segundo turno em 15 de outubro.
Os candidatos, que denunciaram ameaças sofridas durante a campanha, compareceram ao evento com coletes à prova de balas, que retiraram durante o debate, marcado por uma grande operação de segurança.
A campanha presidencial no Equador, país abalado nos últimos anos pelo narcotráfico e a ação dos grupos criminosos, foi marcada pelo assassinato a tiros do candidato centrista Fernando Villavicencio em 9 de agosto.
González, candidata do ex-presidente de esquerda Rafael Correa (2007-2017), afirmou que aplicará a "linha dura" contra os criminosos que "espalham o terror" no Equador, país localizado entre a Colômbia e o Peru, os maiores produtores de cocaína do planeta.
"Vou militarizar as prisões, as alfândegas, os portos para retomar o controle do país", disse a candidata.
Ela acrescentou que parte de seu trabalho na Educação será proporcionar segurança às escolas, com "câmeras de segurança, policiais equipados e patrulhas".
Em Durán, uma das cidades mais violentas do país, o ministério da Educação teve que suspender temporariamente -durante setembro- as aulas presenciais em 12 escolas devido ao aumento da criminalidade.
O ex-deputado Noboa, filho de um dos homens mais ricos do Equador, destacou a necessidade de militarizar as fronteiras e criar prisões em embarcações para isolar os detentos mais violentos.
Desde fevereiro de 2021, as penitenciárias equatorianas registraram diversos episódios de massacres que deixaram mais de 430 presos mortos, dezenas deles esquartejados e incinerados.
Para complementar seu plano de combate ao crime, Noboa propôs uma consulta popular que incluirá uma pergunta sobre a implementação de um sistema de júri para solucionar casos de corrupção e crime organizado.
O novo presidente do país completará o atual mandato de quatro anos (até maio de 2025), depois que o chefe de Estado de direita Guillermo Lasso dissolveu o Congresso de maioria opositora em maio como solução para uma grave crise política, o que provocou a convocação de eleições antecipadas.
O.Escareno--LGdM