Biden liga para aliados dos EUA para tranquilizá-los sobre ajuda à Ucrânia
O presidente Joe Biden convocou, nesta terça-feira (3), os aliados ocidentais para assegurar-lhes que os Estados Unidos permanecerão firmes em apoio à Ucrânia, depois que os republicanos linha-dura bloquearam o financiamento da ajuda americana aos esforços de guerra de Kiev.
Biden conversou com líderes do Reino Unido, Canadá, Alemanha, Itália, Japão, Polônia, Romênia, bem como com a União Europeia e a Otan, além do ministro das Relações Exteriores da França, disse a Casa Branca.
"O presidente Biden convocou uma ligação esta manhã com aliados e parceiros para coordenar nosso contínuo apoio à Ucrânia", afirmou a Casa Branca em comunicado, acrescentando que mais detalhes seriam divulgados posteriormente.
Washington tem se esforçado para tranquilizar aliados após um acordo de última hora no Congresso dos EUA no sábado para evitar a paralisação do governo, que não continha nenhuma nova ajuda para a Ucrânia devastada pela guerra.
Após as conversas desta terça-feira, os aliados correram para mostrar uma frente unido com Biden, cujo país é de longe o maior provedor de ajuda à Ucrânia em sua luta contra a invasão russa.
O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, "agradeceu ao presidente Biden por convocar a ligação" e por sua "liderança", acrescentando que o apoio do Ocidente continuaria "pelo tempo que for necessário".
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou que a conversa foi "boa", enquanto o chefe da União Europeia, Charles Michel, disse que os aliados "permanecem unidos".
Enquanto isso, a Rússia aproveitou o caos em Washington: o Kremlin disse na segunda-feira que a fadiga do Ocidente pela guerra aumentaria em meio à incerteza sobre a ajuda americana à Ucrânia.
O projeto de lei aprovado no sábado para evitar a paralisação do governo dos EUA eliminou qualquer menção à ajuda à Ucrânia em meio à oposição dos republicanos de extrema direita.
- "Cumpram sua palavra" -
O presidente democrata pediu ao líder republicano da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, para agir rapidamente para uma nova ajuda, afirmando que o apoio americano a Kiev não pode ser interrompido "sob nenhuma circunstância".
"O presidente McCarthy e a maioria da Câmara dos Representantes devem cumprir sua palavra e garantir a aprovação da assistência necessária para ajudar a Ucrânia enquanto se defende", escreveu Biden na rede social X, antigo Twitter, nesta terça-feira.
Biden também alertou que o tempo está se esgotando antes que os fundos existentes acabem.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, afirmou na segunda-feira que o presidente russo, Vladimir Putin, "está errado" se acredita que Moscou poderá superar a Ucrânia e seus aliados.
Ela acrescentou que os EUA anunciariam em breve novas ajudas para as forças armadas ucranianas, que serão retiradas de um orçamento de US$ 113 bilhões (R$ 577 bilhões) já aprovado pelo Congresso.
No entanto, a agitação de uma cena política americana cada vez mais dividida poderia atrapalhar os esforços para aprovar a nova ajuda de US$ 6 bilhões (R$ 30 bilhões) que Biden buscava.
McCarthy está em risco nesta terça-feira em uma votação histórica no Congresso dos EUA, pois pode ser destituído de seu cargo como presidente da Câmara dos Representantes, em uma moção apresentada pela extrema direita de seu partido, que colocou o fim da ajuda à Ucrânia como prioridade.
O caos ocorre logo após o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, visitar Washington em setembro para suplicar que o apoio às suas forças seja mantido, em meio a uma lenta contraofensiva contra as forças russas que invadiram o país em fevereiro de 2022.
O conselheiro de segurança nacional de Biden, Jake Sullivan, estimou recentemente em US$ 47 bilhões (R$ 240 bilhões) o valor da ajuda militar fornecida a Kiev desde o início da invasão russa.
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S.Ramos--LGdM