Governo colombiano e dissidentes das Farc se acusam de ataques mortais em trégua
O governo da Colômbia e o principal grupo de dissidentes da antiga guerrilha das Farc, que não aderiu ao acordo de paz de 2016, acusaram-se mutuamente, na quarta-feira (11), de ataques mortais em meio a uma trégua e antes de um eventual início das negociações de paz.
O Ministério da Defesa responsabilizou uma estrutura do chamado Estado-Maior Central (EMC), principal grupo dissidente da antiga guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), de ter assassinado um soldado em Balboa, departamento de Cauca (sudoeste).
O EMC publicou uma série de mensagens na rede X (antigo Twitter), acusando o Exército de ter realizado uma operação, na qual morreram três guerrilheiros e um civil nesse mesmo município.
O governo do presidente Gustavo Petro e essa organização ilegal chegaram a um acordo no último domingo para cessar as operações ofensivas. O pacto aconteceu após muitas semanas de enfrentamentos em Cauca e no departamento vizinho de Valle del Cauca.
Nesse dia, supunha-se que as negociações de paz começariam formalmente, mas as partes adiaram-nas para a próxima segunda.
Agora, a instalação dos diálogos se tornou uma incógnita.
Os chefes negociadores - o acadêmico Camilo González, por parte do governo, e o guerrilheiro conhecido como "Andrey Avendaño", pelo EMC - mantêm reuniões em Tibú, município da fronteira entre Colômbia e Venezuela, onde supostamente começariam as negociações.
Petro quer acabar com a insurgência armada do Estado-Maior Central mediante o diálogo, mas o processo tem passado por muitas adversidades.
Já as negociações com outra guerrilha, o Exército de Libertação Nacional (ELN), avançam em aparente tranquilidade.
Petro quer negociar a chamada "Paz Total" com este e com outros grupos armados, em uma tentativa de acabar de vez com uma guerra que já dura muitas décadas e deixa mais de nove milhões de vítimas.
Y.A. Ibarra--LGdM