Mujica faz apelo para que Hamas liberte reféns latino-americanos em Gaza
O ex-presidente do Uruguai José Mujica fez um apelo, nesta quinta-feira (19), ao grupo islamista palestino Hamas para que liberte os latino-americanos feitos reféns após o ataque lançado em 7 de outubro contra Israel.
Mujica, que governou de 2010 a 2015 após liderar uma revolta armada contra o Estado e passar mais de dez anos preso durante a última ditadura no Uruguai (1973-1985), fez o pedido em um vídeo de pouco mais de dois minutos divulgado nas redes sociais.
"Às vezes, coisas acontecem que nos machucam e percebemos que gostaríamos de fazer algo, mas pouco podemos fazer", começou dizendo o ex-presidente de 88 anos.
"Gostaria de acreditar em Deus, mas aos que acreditam em alguma forma divina, peço por favor, e neste caso, aos palestinos que têm um punhado de reféns latino-americanos em Gaza, que os deixem vivos", continuou.
E ele advertiu: "Não resolverão o problema da Palestina, a causa justa que possam ter tido historicamente, sacrificando pessoas".
"Portanto, em nome dos meus compatriotas, atrevo-me a pedir e suplicar àqueles que mantêm como reféns este punhado de latino-americanos que os deixem voltar para suas casas", acrescentou. "Que o façam por Deus, pelo Deus em que acreditam, que o façam pela esperança."
"Sentimos uma dor e uma dívida de humanidade no sentido mais amplo do termo. Até sempre e que Deus, se existir, nos ajude", concluiu Mujica.
O Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, lançou em 7 de outubro o ataque mais mortífero contra Israel desde sua fundação há 75 anos.
Mais de 1.400 pessoas, principalmente civis, morreram no ataque, e 203 foram sequestradas, informou Israel nesta quinta-feira.
Da América Latina, foram relatados 22 desaparecidos da Argentina, um desaparecido da Colômbia, um desaparecido do Chile, dois reféns do México, dois desaparecidos do Paraguai e cinco desaparecidos do Peru.
Israel respondeu ao ataque do Hamas com bombardeios que causaram a morte de pelo menos 3.785 pessoas na Faixa de Gaza, a maioria civis, segundo autoridades locais.
P.Ortega--LGdM