Direita populista anti-UE lidera eleições na Suíça
A direita populista lidera a apuração das eleições legislativas da Suíça neste domingo (22), com 29,2% dos votos, em um contexto de crise migratória e de preocupação pelo risco de atentados na Europa, de acordo com a primeira projeção dos resultados.
A projeção nacional do instituto gfs.bern, divulgada pelo grupo audiovisual público suíço SSR, mostra um fortalecimento da União Democrática do Centro (UDC), que fez campanha contra a "imigração em massa", muito à frente dos Socialistas (PS), o segundo partido na Câmara Baixa do Parlamento, que teria pouco mais de 17% dos votos, um aumento muito discreto.
De acordo com esta projeção, o partido de centro-direita Centro e o Partido Liberal Radical (PLR), de direita, disputariam o terceiro lugar, com quase 14,5% dos votos; enquanto os Verdes cairiam para 9,1% e os Verdes-Liberais para 7,1%.
"É uma grande satisfação", reagiu a vice-presidente da UDC, Céline Amaudruz, na televisão pública suíça RTS.
O vice-presidente dos Verdes, Nicolas Walder, por sua vez, reagiu dizendo que os resultados são "uma decepção" e que equivalem "mais ou menos a dois terços da onda verde" obtidos nas eleições de 2019.
"Acho que a população se deixou levar por outras prioridades, como o poder de compra e a insegurança", disse. "Há muitas guerras em curso e um retrocesso identitário", comentou.
O país de 8,8 milhões de habitantes renova os 200 deputados de seu Conselho Nacional, a Câmara Baixa, e os 46 senadores do Conselho de Estados, da Câmara Alta -
Representando os cantões da Suíça, o Conselho de Estados está dominado pelo Centro e pelo PLR. As eleições, que são decididas por maioria de votos em cada distrito eleitoral, quase não alteram a sua composição.
- Objetivo: 30% dos votos -
Em sua campanha, a UDC defendeu a "neutralidade estrita" da Suíça e criticou o alinhamento do governo com as sanções contra a Rússia implementadas pela União Europeia, da qual não faz parte.
Entretanto, enfatizou sua posição contra "a imigração em massa", à qual atribui muitos problemas como a criminalidade, o aumento das despesas sociais ou a elevação do consumo de energia.
"A situação na Suíça é grave, temos uma imigração em massa, grandes problemas com pessoas que solicitam asilo. A situação em termos de segurança não é a de antes", disse neste domingo Thomas Aeschi, líder da bancada parlamentar da UDC, à AFP.
A meta do partido é chegar a 30% dos votos, um resultado nunca alcançado, disse à AFP seu presidente, Marco Chiesa.
Uma aposta que pode estar ao seu alcance, segundo as pesquisas, que apontavam um resultado próximo do obtido em 2015 (29,4%), em plena crise migratória europeia.
Após as eleições, os parlamentares nomearão os membros do Conselho Federal (o Governo suíço) no dia 13 de dezembro. Os quatro partidos mais votados dividem as sete pastas ministeriais.
E.Dorame--LGdM