Republicanos indicam novo candidato para presidir Congresso dos EUA
Os republicanos entraram em acordo nesta terça-feira (24) para indicar Tom Emmer como seu novo candidato para liderar a Câmara Baixa do Congresso dos Estados Unidos, que está paralisada desde a destituição do presidente anterior em 3 de outubro.
Emmer, o mais moderado dos que se apresentavam ao cargo, saiu vitorioso de uma série de consultas a portas fechadas que começou com nove candidatos, porém ainda não é possível saber se conseguirá convencer todos os republicanos a apoiá-lo em uma votação em sessão plenária.
O Congresso não pode debater as múltiplas crises globais nem a ameaça de paralisação do governo desde que Kevin McCarthy foi destituído em 3 de outubro a pedido de um grupo de partidários do ex-presidente conservador Donald Trump.
Mas McCarthy, de 62 anos, segue sendo o Plano D do partido, por ter grande popularidade entre a maioria dos republicanos da Câmara de Representantes, que já rejeitaram dois candidatos pra sucedê-lo.
Caso Emmer saia bem-sucedido da empreitada, será o presidente da Câmara de Representantes com menos experiência em mais de um século, já que nunca presidiu um comitê nem ocupou um posto de liderança durante um longo período de tempo, apesar de ter feito parte do alto escalão em campanhas republicanas.
Apesar disso, teria que negociar um acordo orçamentário para 2024, favorável ao seu partido, com negociadores muito mais experientes que ele, desde o líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, até o presidente Joe Biden, a fim de evitar a temida paralisia do governo.
Também lideraria uma câmara profundamente dividida em um momento em que Biden pede financiamento para ajudar a Ucrânia na guerra contra a Rússia e Israel em seu conflito com o grupo islamista palestino Hamas.
Emmer é partidário de Trump, mas alguns trumpistas o consideram desleal por ele ter votado a favor da certificação da vitória de Biden nas eleições de 2020.
Em uma carta aos seus colegas antes da votação, afirmou que busca uma "mudança histórica".
"Não temos mais remédio além de lutar duramente para manter nossa maioria na Câmara e cumprir com nossa agenda conservadora", escreveu Emmer, pai de sete filhos.
Cada um dos candidatos ao cargo se comprometeu inicialmente a apoiar o escolhido, mas não está nada claro se Emmer vai obter os 217 votos dos quais necessita.
Se todos os democratas votarem contra ele, o que é dado como certo, ele só poderia contar com o voto contrário de apenas quatro republicanos.
Até agora, somente 117 de seus colegas votaram nele na rodada final das consultas internas, segundo a imprensa americana, e 97 preferiram o seu rival, Mike Johnson.
Trump não se pronunciou a respeito.
A.M. de Leon--LGdM