Trump comparece à seleção de júri que decidirá sua sorte em tribunal de Nova York
Donald Trump chegou, nesta terça-feira(16), ao Tribunal de Manhattan, onde é selecionado o júri que determinará seu destino, lamentando estar ocupado com um processo "manipulado", enquanto seu adversário, Joe Biden, faz campanha para as presidenciais de novembro.
O candidato republicano, de 77 anos, é acusado de querer ocultar o pagamento para comprar o silêncio da ex-atriz pornô Stormy Daniels na reta final da campanha eleitoral de 2016, na qual venceu a democrata Hillary Clinton.
"Deveria estar neste momento na Pensilvânia, na Flórida, em muitos outros estados – na Carolina do Norte, fazendo campanha", disse Trump à imprensa ao chegar ao tribunal, culpando o presidente Joe Biden de orquestrá-lo para o impedir de voltar à Casa Branca.
Depois de denunciar que é vítima de uma "caça às bruxas" em sua plataforma Truth Social, voltou a afirmar que o juiz de origem colombiana Juan Merchan o "odeia" e que o proibiu de se referir a ele, sua família e as testemunhas em público, incluindo o seu ex-advogado Michael Cohen, uma das principais testemunhas da acusação neste julgamento que poderá durar dois meses.
Sua defesa pediu repetidamente, sem sucesso, que o juiz fosse afastado do caso. Na noite de segunda-feira o magnata garantiu que há "um verdadeiro problema" com o magistrado. "Não teremos um julgamento justo", disse.
- Descartados -
A seleção do júri começou na tarde de segunda-feira com um grupo de 96 candidatos anônimos, dos quais mais de dois terços foram dispensados porque alegaram que não poderiam ser imparciais.
Os potenciais candidatos - cerca de 500, segundo o juiz - têm de responder a um questionário com cerca de quarenta perguntas sobre seu trabalho, onde vivem, sua situação familiar, se tomam medicamentos que possam afetar sua concentração, jornais e redes sociais que acessam, e se são capazes de julgar de forma justa um caso altamente midiático e politizado.
O processo seletivo de 12 jurados e até seis suplentes pode durar até duas semanas, segundo previsões.
Trump é acusado de ocultar um pagamento de 130 mil dólares (423 mil reais em valores da época) à ex-atriz pornô Stormy Daniels para comprar seu silêncio sobre um suposto caso extraconjugal que remonta a 2006 e proteger sua campanha eleitoral de 2016.
O pagamento em si não é ilegal. O que o Tribunal Superior de Manhattan julga é se ele tentou disfarçá-lo como "despesas legais" da empresa familiar Trump Organization, o que pode levar a uma pena de até quatro anos de prisão.
O magnata é acusado de 34 falsificações de documentos contábeis da empresa para camuflar o dinheiro que o então advogado e homem de confiança, Michael Cohen, supostamente pagou do próprio bolso.
Uma sentença de culpa não seria um obstáculo para que concorra às eleições de 5 de novembro, mas além de impedi-lo de fazer campanha normalmente, pode afetar suas chances de vitória, apesar de contar com uma massa de fiéis apoiadores.
O republicano também é acusado de tentar reverter os resultados das presidenciais de 2020 e por levar documentos confidenciais quando saiu da Casa Branca.
O julgamento de Trump por interferência eleitoral estava marcado para 4 de março, mas foi suspenso para que a Suprema Corte analise a alegação de Trump de que, como ex-presidente, tem imunidade criminal, o que foi marcado para 25 de abril.
Seus advogados tentam adiar os processos judiciais para depois das eleições de novembro, quando, se vencer, as acusações federais contra ele poderiam ser retiradas.
R.Perez--LGdM