Enviado da ONU para a Líbia diz que não há esperança de progresso e renuncia
O enviado especial da ONU para a Líbia anunciou, nesta terça-feira (16), sua renúncia e argumentou que o órgão mundial não podia apoiar de forma bem-sucedida a transição política naquele país porque seus líderes haviam colocado seus interesses acima de uma solução.
O diplomata senegalês Abdoulaye Bathily anunciou sua decisão após uma reunião do Conselho de Segurança na qual apresentou um panorama sombrio da situação no país do norte da África, afetado pelo conflito e por uma guerra civil por mais de uma década.
A missão de apoio da ONU na Líbia (UNSMIL) “fez muitos esforços sob a minha liderança nos últimos 18 meses”, mas a situação se deteriorou, disse Bathily, que condenou "a falta de vontade política e boa-fé" por parte dos líderes líbios.
O enviado especial expressou tristeza com a situação, porque "a maior parte da população líbia quer sair desse desastre. Nestas circunstâncias, não há como a ONU trabalhar com sucesso."
A Líbia, um país rico em petróleo, luta para se recuperar de anos de guerra e caos, após a queda do ditador Muammar Kadhafi, em 2011. Embora a calma tenha retornado ao país nos últimos quatro anos, confrontos entre grupos armados ocorrem periodicamente.
O país está dividido entre um governo reconhecido pela ONU, com sede em Trípoli, e uma administração rival no leste do país.
Bathily foi nomeado enviado para a Líbia em setembro de 2022, após a renúncia abrupta do seu antecessor em novembro do ano anterior.
L.Navarro--LGdM