La Gaceta De Mexico - Israel sob pressão internacional para evitar resposta incendiária ao ataque do Irã

Israel sob pressão internacional para evitar resposta incendiária ao ataque do Irã
Israel sob pressão internacional para evitar resposta incendiária ao ataque do Irã / foto: © AFP

Israel sob pressão internacional para evitar resposta incendiária ao ataque do Irã

A comunidade internacional intensificou nesta quarta-feira (17) a pressão para impedir uma represália violenta de Israel contra o Irã, algo que poderia incendiar a situação no Oriente Médio, ao mesmo tempo que Estados Unidos e União Europeia prometeram aumentar as sanções contra a República Islâmica.

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Israel expressou sua determinação de responder ao ataque iraniano inédito de sábado, apesar de quase todos os 350 drones e mísseis lançados terem sido interceptados com a ajuda dos Estados Unidos e de outros países.

Teerã executou o ataque sem precedentes em represália ao bombardeio de 1º de abril contra seu consulado em Damasco, atribuído a Israel, no qual morreram sete membros da Guarda Revolucionária, o exército ideológico iraniano.

Após o ataque, a troca de ameaças aumentou, em um cenário regional tenso desde o início, em outubro, da guerra de Gaza entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas, apoiado pelo Irã.

Nesta quarta-feira, os ministros das Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, e da Alemanha, Annalena Baerbock, visitaram Israel e pediram moderação.

"Esperamos que Israel reaja de uma forma que contribua o menos possível para uma escalada, e de uma forma ao mesmo tempo inteligente e dura", declarou Cameron, que ao lado de Baerbock se reuniu com o presidente israelense, Isaac Herzog, e o chefe da diplomacia do Estado hebreu, Israel Katz.

A ministra alemã disse que viajou para conversar com as autoridades israelenses e "evitar uma nova escalada" regional.

"O mundo inteiro deve trabalhar de maneira decisiva e desafiadora contra a ameaça do regime iraniano, que tenta minar a estabilidade de toda a região", afirmou Herzog em um comunicado.

O Irã tentou demonstrar força nesta quarta-feira, data em que celebra o dia de suas Forças Armadas, oportunidade para organizar desfiles de soldados, mísseis e drones e para o presidente, Ebrahim Raisi, enviar um novo alerta a Israel.

"Se o regime sionista cometesse a menor agressão contra o nosso território, a resposta seria feroz e severa", declarou, na direção dos comandantes militares, após o desfile, que aconteceu em uma base próxima de Teerã.

Raisi também falou sobre o ataque de sábado, que segundo ele foi "comedido e punitivo".

- Estagnação nas negociações de trégua -

As negociações para obter uma nova trégua em Gaza, que permita a libertação dos reféns israelenses mantidos em cativeiro em Gaza em troca de palestinos detidos em Israel, estão "estagnadas", afirmou o primeiro-ministro do Catar, país que atua como mediador ao lado dos Estados Unidos e do Egito.

"Nós estamos passando por uma etapa delicada, com alguma estagnação, e estamos tentando, o tanto quanto possível, resolver a estagnação", afirmou o primeiro-ministro do Catar, Mohamed bin Abdulrahman Al Thani.

Os mediadores esperavam alcançar um acordo de trégua antes do Ramadã, no início de março, mas o objetivo não foi concretizado e os combates prosseguiram ao longo de todo o mês de jejum muçulmano, que terminou na semana passada.

Os combates das últimas 24 horas deixaram 56 mortos em Gaza, um território palestino cercado e bombardeado diariamente pelo Exército israelense.

Um total de 33.899 pessoas morreram em Gaza desde o início da guerra, em 7 de outubro, quando combatentes do Hamas atacaram o território israelense e assassinaram 1.170 pessoas, segundo fontes do Ministério da Saúde do território e de Israel, respectivamente.

No mesmo dia foram sequestradas mais de 250 pessoas em Israel, e 129 continuam em Gaza, incluindo 34 que teriam sido mortas, segundo autoridades israelenses.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu mantém o projeto de ofensiva terrestre na cidade de Rafah, no sul da Faixa, que virou um refúgio para 1,5 milhão de palestinos que fugiram da destruição.

A ONU teme um cenário de fome generalizada e apresenta nesta quarta-feira um apelo de doações de 2,8 bilhões de dólares (14,7 bilhões de reais) para ajudar os palestinos em Gaza e também na Cisjordânia.

- Novas sanções contra o Irã -

O governo dos Estados Unidos, principal aliado de Israel, deixou claro rapidamente que não deseja uma guerra com o Irã e que não participará na resposta israelense.

A Casa Branca, no entanto, anunciou que "nos próximos dias" adotará novas sanções contra o Irã, incluindo seu programa de drones e mísseis, o Ministério da Defesa e a Guarda Revolucionária.

A UE também planeja ampliar o alcance de sus sanções.

Cameron expressou o desejo de que os países do G7, que se reúnem em Itália esta semana, anunciem "sanções coordenadas" contra o Irã.

O conflito provocou a retomada com mais intensidade do debate sobre a necessidade de criar um Estado palestino.

O Conselho de Segurança votará na quinta-feira o pedido dos palestinos para virar um Estado membro de pleno direito das Nações Unidas.

Uma iniciativa que provavelmente vai esbarrar no veto dos Estados Unidos, que considera que a ONU não é o local ideal para tal reconhecimento, e sim um acordo com Israel.

D.Torres--LGdM