Macedônia do Norte define presidente com atenção voltada para UE
A Macedônia do Norte vota nesta quarta-feira no primeiro turno de uma eleição presidencial marcada por um tema crucial: aceitar ou não as condições estabelecidas para que o país vire membro da União Europeia (UE).
O país dos Bálcãs, uma ex-república iugoslava de 1,8 milhão de habitantes e com uma importante minoria albanesa, é candidato à UE desde 2005. Em 2020, o país entrou para Otan, depois de mudar de nome por exigência da vizinha Grécia.
Agora enfrenta as exigências de outro país vizinho e membro da UE, a Bulgária. Sófia pediu que Skpoje reconheça a minoria búlgara na Constituição e que a língua macedônia, de família eslava, seja considerada um dialeto do búlgaro, que a Macedônia do Norte rejeita.
Os dois principais candidatos na eleição presidencial, que tem o segundo turno marcado para 8 de maio, mesma data das eleições legislativas, apresentam visões divergentes sobre a resposta a Bruxelas.
Stevo Pendarovski, o presidente social-democrata que é candidato à reeleição, deseja revisar imediatamente a Constituição para avançar nas negociações de adesão à UE.
"No meu primeiro mandato solucionamos uma questão crucial, a adesão à Otan", disse o professor universitário de 61 anos durante a campanha. "Acredito que no meu próximo mandato conseguiremos concluir todos os capítulos com a UE. Não será fácil, mas trará grande prosperidade".
Sua principal rival, e favorita segundo as pesquisas, é Gordana Siljanovska-Davkova, que prefere esperar que o país se torne membro da UE antes de modificar a Constituição. Uma posição que o atual governo considera pouco realista.
"Se revisar a Constituição fosse o suficiente para entrar na UE, já estaríamos dentro", afirmou durante a campanha esta mulher de 71 anos, ex-professora de Direito, que promete "não esquecer os interesses nacionais".
Na eleição presidencial de 2019, Stevo Pendarovski derrotou Gordana Siljanovska-Davkova no segundo turno.
Para muitos eleitores, o mais urgente é interromper a emigração em massa dos jovens.
"A situação é cada vez mais insustentável, os jovens vão embora e perguntamos quem vai ficar aqui, como vamos trabalhar", resume Sanja Jovanovic-Damjanovska, funcionária pública. "Espero que aquele que vencer se esforce para melhorar o nosso nível de vida e para oferecer um futuro melhor aos jovens".
A.M. de Leon--LGdM