La Gaceta De Mexico - Irã julga 'ilegal' pedido argentino de prisão de ministro pelo atentado de 1994

Irã julga 'ilegal' pedido argentino de prisão de ministro pelo atentado de 1994
Irã julga 'ilegal' pedido argentino de prisão de ministro pelo atentado de 1994 / foto: © AFP

Irã julga 'ilegal' pedido argentino de prisão de ministro pelo atentado de 1994

O Irã considerou "ilegal", nesta quarta-feira (24), o mandado de prisão solicitado pela Argentina contra o ministro do Interior iraniano por seu suposto envolvimento no ataque de 1994 contra a comunidade judaica Amia em Buenos Aires, que deixou 85 mortos.

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A República Islâmica "condenou veementemente a reiteração de pedidos ilegais baseados em mentiras (...) por parte de alguns juízes argentinos em relação a cidadãos iranianos pelo caso Amia", disse em comunicado o porta-voz da Chancelaria em Teerã, Nasser Kanani.

Em 12 de abril, a Justiça argentina determinou que os ataques à embaixada israelense em 1992 e à comunidade judaica Amia em 1994, no centro de Buenos Aires, foram ordenados pelo Irã.

Na terça-feira, o Ministério das Relações Exteriores da Argentina solicitou a prisão internacional do ministro do Interior do Irã, Ahmad Vahidi, que faz parte de uma delegação governamental que visita o Paquistão e o Sri Lanka.

O Escritório Central da Interpol emitiu um alerta vermelho para a prisão de Vahidi a pedido da Argentina, que por sua vez solicitou aos governos do Paquistão e do Sri Lanka que prosseguissem com a prisão, segundo um comunicado do Ministério das Relações Exteriores argentino.

Vahidi acompanhou o presidente iraniano, Ebrahim Raissi, em uma visita de Estado ao Paquistão no início desta semana. O presidente continuou a sua viagem na quarta-feira ao Sri Lanka, mas desta vez sem o seu ministro do Interior.

Ahmad Vahidi não faz parte da delegação iraniana no Sri Lanka, disseram as autoridades da nação insular à AFP

A agência de notícias oficial iraniana Irna informou que Vahidi retornou ao Irã na terça-feira para participar na cerimônia de posse de um governador provincial.

- "Carecem de validade" -

O ataque à Amia foi o segundo contra a comunidade judaica argentina, a maior da América Latina, depois do ataque de 1992 contra a embaixada israelense, que deixou 29 mortos. Ambos os ataques ficaram impunes.

Em 2006, os tribunais argentinos solicitaram a extradição de oito iranianos, incluindo o ex-presidente Akbar Hashemi Rafsanjani, o ex-funcionário cultural do Irã em Buenos Aires, Mohsen Rabbani, e Vahidi, que foi ministro da Defesa no governo de Mahmud Ahmadinejad.

Depois de ocupar este cargo na Defesa, o tenente-geral Vahidi foi nomeado ministro do Interior em 2021. Mas no momento do ataque de Buenos Aires, o oficial era comandante da Força Quds, a unidade de operações secretas da Guarda Revolucionária Islâmica.

O Irã nega qualquer envolvimento e se opõe ao interrogatório dos oito ex-funcionários acusados pela Justiça argentina.

"As acusações feitas no âmbito do caso Amia contra cidadãos iranianos carecem de qualquer validade", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.

O Irã "apoia a justiça e a perseguição daqueles que, ao destruir documentos, causaram graves irregularidades no desenvolvimento do caso Amia e que escaparam à punição por esse incidente", acrescentou.

Kanani também pediu às autoridades argentinas que evitem "fazer acusações infundadas contra cidadãos de outros países e influenciar os inimigos das relações bilaterais entre o Irã e a Argentina".

S.Lopez--LGdM