Inteligência dos EUA sugere que Putin não teria ordenado morte de Navalny (imprensa)
As agências de inteligência dos Estados Unidos acreditam que, embora o presidente russo seja o responsável em última instância pela morte do líder opositor Alexei Navalny, Vladimir Putin não ordenou diretamente o seu assassinato em fevereiro, noticiou o Wall Street Journal neste sábado (27).
Essa conclusão, que segundo a publicação baseou-se tanto em inteligência classificada quanto em uma análise de fatos públicos, apresenta novas perguntas sobre a morte de Navalny em um remoto complexo penitenciário no Ártico, que provocou uma nova rodada de sanções contra a Rússia do presidente Vladimir Putin.
Entre esses fatos estava o momento da morte do líder da oposição, em meados de fevereiro, que ofuscou a reeleição de Putin um mês depois.
A CIA e outras agências de inteligência americanas acreditam que Putin provavelmente não ordenou a morte "naquele exato momento", embora isso não o isente de responsabilidade sobre o que aconteceu com Navalny, disse o WSJ, citando fontes próximas do caso.
Funcionários europeus informados sobre o conteúdo da reportagem mostraram-se céticos quanto ao fato de que o dissidente de 47 anos pudesse ter sido atacado sem o conhecimento prévio de Putin, dado o rígido controle que vigora na Rússia atual, assinalou o Wall Street Journal.
"Não se enganem. Putin é responsável pela morte de Navalny", disse o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, à época do falecimento.
O serviço penitenciário russo disse que Navalny passou mal em 16 de fevereiro enquanto caminhava dentro do recinto da prisão e que as tentativas de reanimação não surtiram efeito.
O opositor parecia relativamente saudável e com bom humor em um vídeo do dia anterior ao seu falecimento. Uma semana antes, circularam informações sobre negociações de alto nível a respeito de uma troca de prisioneiros que o envolveriam.
Navalny cumpria uma sentença de 19 anos de prisão por acusações que ele e seus correligionários consideram fabricadas.
Navalny já tinha sobrevivido um envenenamento anterior que investigadores americanos e de outros países atribuíram ao Kremlin. Moscou nega sua responsabilidade tanto no envenenamento quanto em sua morte.
Nos últimos anos, muitos opositores importantes do Kremlin morreram, foram presos ou obrigados a deixar o país.
S.Olivares--LGdM