Stormy Daniels nega que tenha extorquido Trump
Stormy Daniels voltou a depor nesta quinta-feira (9) no histórico julgamento de Donald Trump, no qual a defesa do magnata a qualificou como uma "mentirosa gananciosa", que tenta tirar proveito das acusações.
A ex-atriz pornô, que é protagonista do caso que colocou um ex-presidente americano pela primeira vez no banco dos réus, negou que tenha subornado Trump para manter em silêncio sobre uma suposta relação entre os dois no ano de 2006.
“Eu queria que soubessem a verdade (...) Que estivesse protegida por documentos para que a minha família não fosse prejudicada”, disse Daniels à incansável advogada de Trump, Susan Necheles.
O ex-presidente, de 77 anos, é acusado de falsificar 34 documentos contábeis de sua empresa familiar, a Trump Organization, para reembolsar seu então advogado, Michael Cohen, que era o responsável pelos pagamentos a Daniels.
Em um depoimento de quase cinco horas na última terça-feira, Daniels, de 45 anos, narrou o suposto encontro com o magnata em um torneio de golfe em 2006. A ex-atriz pornô descreveu como era o pijama do magnata, sua roupa íntima, a posição sexual adotada e disse que ele não usou preservativo.
Embora “não tenha sido ameaçada verbal ou fisicamente”, Daniels disse que “sentiu vergonha por não ter impedido, por não ter dito não”.
A advogada de Trump atacou Daniels e, ao dizer que ela dirigiu e participou de mais 150 filmes de conteúdo adulto, Necheles também afirmou que a ex-atriz pornô tinha "muita experiência em fazer com que histórias falsas de sexo parecessem reais".
- "Melhor escrita" -
“Se esta história não fosse verdade, eu a teria escrito muito melhor”, respondeu Daniels.
Os advogados de Trump chegaram a pedir a anulação do julgamento na quarta-feira, alegando que o testemunho da ex-atriz pornô é “extremamente prejudicial” para um caso que gira em torno de registros contábeis relacionados às eleições.
O juiz Juan Merchan ordenou que o julgamento continuasse, mas reconheceu que "era melhor que Daniels não tivesse dado parte do depoimento".
Rebecca Manochio, que trabalha na Trump Organization, depôs em seguida.
- "Caso inventado" -
Falando aos repórteres do lado de fora do tribunal, nesta quinta-feira, Trump chamou o julgamento de “caso Frankenstein”.
“O promotor está inventando à medida que avança”, gritou o magnata, que não fez referência ao interrogatório.
Merchan proibiu Trump, que durante anos chamou Daniels de “cara de cavalo”, além de outros insultos grosseiros, de falar publicamente sobre testemunhas, jurados e funcionários do tribunal.
O ex-presidente disse na quinta-feira que entrou com um recurso contra a ordem de silêncio em um tribunal de apelações, mas não forneceu mais detalhes.
Em uma publicação na sua plataforma, a Truth Social, na quarta-feira, Trump se queixou da proibição, dizendo que o seu “direito constitucional à liberdade de expressão” tinha sido “restringido injustamente”.
"É difícil sentar e ouvir as mentiras e declarações falsas feitas contra você, sabendo que se você responder, mesmo da forma mais humilde, um juiz corrupto e altamente conflituoso estará lhe dizendo que você irá PRESO, talvez por um longo período de tempo”, escreveu.
Além do caso de Nova York, Trump foi acusado em Washington e na Geórgia de conspirar para anular os resultados das eleições de 2020 e na Flórida de supostamente fazer mau uso de documentos confidenciais após deixar a Casa Branca, mas este último caso foi adiado indefinidamente.
R.Perez--LGdM