Javier Milei visita Espanha sem reunir-se com o rei ou Pedro Sánchez
O presidente argentino, Javier Milei, visita a Espanha a partir desta sexta-feira (17), sem reunir-se com o rei ou o presidente de Governo, e logo após um confronto com um ministro espanhol, o que alimenta uma aparente frieza nas relações Madrid-Buenos Aires.
Em sua primeira viagem ao país desde que assumiu a Presidência em dezembro, Milei falará nesta sexta-feira sobre seu livro "El camino del libertario" no auditório do jornal La Razón, e no sábado encontrará empresários.
No domingo, será o convidado especial de um comício do partido de extrema direita Vox, liderado por Santiago Abascal, com a presença da francesa Marine Le Pen e do chileno José Antonio Kast.
Com participações em vídeo da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e de seu homólogo húngaro, Viktor Orban, o evento 'Europa Viva 24' foi descrito pelo Vox como uma "convenção de patriotas europeus" antes das eleições europeias em 9 de junho.
- "Muito em jogo" -
Milei retorna no domingo à Argentina. Sua agenda não incluiu portanto um encontro com o rei Filipe VI, que assistiu à sua posse, nem com o presidente do Governo, o socialista Pedro Sánchez, que manifestou apoio ao adversário de Milei Sérgio Massa na campanha eleitoral.
Desde então, o ministro dos Transportes espanhol, Óscar Puente, cometeu o "erro" - segundo suas próprias palavras ao pedir desculpas - de afirmar que Milei tinha ingerido "substâncias" antes de um discurso.
O governo argentino condenou a declaração, mas após o pedido de desculpas de Puente, a questão foi "resolvida" e "encerrada", afirmou a Presidência argentina.
A viagem também ocorre após a editora Planeta retirar o livro de Milei de circulação na Espanha por "dados incorretos sobre os seus títulos acadêmicos", explicou em um comunicado em uma rede social no qual pediu desculpas ao presidente argentino.
"Há atitudes conflitantes de ambos os lados que aceleram um certo desgaste", disse Carlos Malamud, especialista latino-americano do Real Instituto Elcano.
Entre elas, citou o apoio de Sánchez a Massa na campanha eleitoral e esta visita de Milei à Espanha sem reunir-se com as autoridades máximas do país.
"Há muito em jogo na relação hispano-argentina para que ambas as partes não trabalhem um pouco mais para manter os seus níveis tradicionais, caracterizados por uma grande intensidade em todas as áreas", acrescentou Malamud em uma nota de análise publicada em abril.
R.Espinoza--LGdM