Líder da extrema-direita britânica provoca indignação ao declarar que Ocidente provocou guerra na Ucrânia
O líder do partido de extrema-direita britânico 'Reform UK', Nigel Farage, foi muito criticado neste sábado (22), depois de afirmar que os países ocidentais "provocaram" a invasão da Ucrânia pela Rússia.
"Nós provocamos a guerra", declarou Farage em uma entrevista à BBC na sexta-feira, antes de acrescentar, no entanto, que "é claro que é culpa" do presidente russo, Vladimir Putin.
O primeiro-ministro Rishi Sunak afirmou que as declarações do líder da ultradireita são "completamente falsas e apenas favorecem Putin".
Estas afirmações são "perigosas para a segurança do Reino Unido e seus aliados, que contam conosco, e apenas reforçam Putin", reiterou o líder conservador.
Farage fez os comentários a menos de duas semanas das eleições legislativas britânicas de 4 de julho. O 'Reform UK' está bem posicionado nas pesquisas e pode ficar na segunda posição, atrás dos trabalhistas e à frente dos conservadores, partido que está no poder há 14 anos.
O líder do 'Reform UK', um ex-eurodeputado que teve um papel importante na campanha do Brexit em 2016, afirmou à BBC que desde 2014 previa no Parlamento Europeu que aconteceria uma guerra na Ucrânia.
"Pareceu evidente que a expansão da Otan e da União Europeia em direção ao leste dava (Putin) uma razão para dizer ao povo russo 'voltaram a nos provocar' e para entrar em guerra", declarou.
"Nós provocamos esta guerra", afirmou. "É claro que a culpa é dele (de Putin), utilizou o que fizemos como desculpa", acrescentou Farage, candidato às legislativas em uma circunscrição do sudeste de Inglaterra.
As declarações provocaram uma avalanche de críticas no país.
"Farage faz eco da justificativa vil de Putin para sua brutal invasão da Ucrânia", reagiu o ministro do Interior, James Cleverly, na rede social X.
John Healey, responsável pelas questões de Defesa no Partido Trabalhista, afirmou que Farage "prefere lamber as botas de Vladimir Putin a defender o povo ucraniano".
"Churchill vai se revirar no túmulo", disse o ex-ministro da Defesa Tobias Ellwood, um conservador, ao jornal Daily Telegraph.
A.Gonzalez--LGdM