La Gaceta De Mexico - Autoridade de saúde dos EUA declara violência armada como 'crise de saúde pública'

Autoridade de saúde dos EUA declara violência armada como 'crise de saúde pública'
Autoridade de saúde dos EUA declara violência armada como 'crise de saúde pública' / foto: © GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP

Autoridade de saúde dos EUA declara violência armada como 'crise de saúde pública'

A principal autoridade de saúde dos Estados Unidos divulgou um relatório, nesta terça-feira (25), declarando a violência armada como uma "crise de saúde pública" e pedindo um amplo controle de armas, uma medida que historicamente tem enfrentado forte oposição.

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O parecer do cirurgião-geral Vivek Murthy, nomeado pelo presidente Joe Biden, é o primeiro grande relatório sobre a violência armada elaborado por seu gabinete, que possui autoridade limitada, mas desempenha um papel público significativo em questões de saúde pública.

Um estudo semelhante sobre o tabaco na década de 1960 é considerado o primeiro passo fundamental para alertar sobre seus riscos, o que levou a novas regulamentações e a uma queda acentuada no consumo.

"A violência armada é uma crise urgente de saúde pública que levou à perda de vidas e à dor profunda e inimaginável para muitos americanos", disse Murthy em comunicado.

"Não temos que continuar neste caminho e não temos que submeter nossos filhos ao horror da violência com armas de fogo nos Estados Unidos. Todos os americanos merecem viver livres da violência armada, do medo e da devastação que isto traz", acrescentou.

O relatório cita dados governamentais e outros que mostram que os EUA são um caso incomum em termos de mortes e ferimentos por armas de fogo, sobretudo entre crianças.

Nos últimos anos, estes armamentos se tornaram a principal causa de morte entre americanos com idades entre um e 19 anos, acima dos acidentes de trânsito, segundo o relatório.

Em 2022, 48.204 pessoas morreram em consequência do uso de armas de fogo, incluindo suicídios.

"Será necessário o compromisso coletivo de nossa nação para mudar o rumo da violência armada", disse Murthy, fazendo um apelo a investimentos em investigação, programas de educação comunitária, apoio à saúde mental e controles mais rigorosos sobre a compra de armas.

O relatório também pede o armazenamento seguro de armas de fogo, a implementação de verificações universais de antecedentes criminais e a proibição de rifles de assalto.

Biden e os ativistas pelo controle de armas pediram medidas semelhantes.

Os Estados Unidos registram frequentes ataques a tiros em massa, inclusive em escolas, mas as reformas têm sido frustradas durante décadas pela oposição do lobby das armas e pelos legisladores republicanos.

Ações executivas e iniciativas estatais têm sido atacadas judicialmente por violarem o direito constitucional de posse de arma de fogo, citado na Segunda Emenda.

O.Escareno--LGdM