Primeiro-ministro indiano chega à Rússia em sua primeira visita desde o início da ofensiva na Ucrânia
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, chegou nesta segunda-feira (8) à Rússia para sua primeira visita ao país desde o início da ofensiva russa na Ucrânia em fevereiro de 2022, com a qual busca manter os seus laços tradicionais com o Kremlin e continuar a sua estratégia de posicionamento independente no cenário mundial.
Narendra Modi, que foi reeleito primeiro-ministro em junho, terá uma reunião "informal" com o presidente russo, Vladimir Putin, à tarde, segundo o Kremlin.
Os dois líderes também se reunirão na terça-feira para discussões mais amplas, antes de o líder indiano viajar para Viena.
"Estou ansioso para rever todos os aspectos da nossa cooperação bilateral com o meu amigo Vladimir Putin e compartilhar as nossas perspectivas sobre várias questões regionais e globais", disse Modi em um comunicado nesta segunda-feira.
"Buscamos desempenhar um papel de apoio para uma região pacífica e estável", acrescentou.
A Rússia é um importante fornecedor de petróleo e armas a preços baixos para a Índia, mesmo que o seu impasse com as potências ocidentais e a amizade com a China tenham afetado as suas relações com Nova Délhi.
Modi discutirá com Putin o "desenvolvimento de relações tradicionalmente amistosas entre Rússia e Índia, assim como a agenda internacional", segundo o Kremlin.
Os Estados Unidos e os seus aliados ocidentais desenvolveram laços com a Índia nos últimos anos para combater a crescente influência da China na região Ásia-Pacífico, ao mesmo tempo que pressionam Nova Délhi para manter distância de Moscou.
A Índia recusou-se a tomar um posicionamento ao não condenar explicitamente o ataque russo à Ucrânia e ao abster-se de votar as resoluções da ONU contra Moscou.
Defensora de um mundo multipolar, a Índia desenvolve paralelamente as suas relações de segurança com os Estados Unidos, o grande rival da Rússia.
A última visita de Modi à Rússia remonta a 2019. Dois anos depois, no final de 2021, Putin viajou para Nova Délhi, semanas antes de a Rússia iniciar a ofensiva na Ucrânia.
S.Cisneros--LGdM