É pouco provável que tarifas de Trump tenham impacto ‘significativo’ na inflação, diz governador do Fed
É pouco provável que eventuais aumentos de tarifas, quando Donald Trump assumir como presidente dos Estados Unidos, tenham um efeito "significativo ou persistente" sobre a inflação, estimou nesta quarta-feira (8) um alto funcionário do Federal Reserve (Fed, banco central americano).
Trump delineou várias propostas, incluindo um plano para aumentar as tarifas sobre todas as mercadorias que entram no país, algo criticado por muitos economistas, que temem efeitos inflacionários com o encarecimento dos produtos.
No entanto, em uma apresentação na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) em Paris, o governador do Fed Christopher Waller – que não mencionou especificamente Trump –, sugeriu que as preocupações sobre esse tipo de medida podem ser exageradas.
“Se, como espero, as tarifas não tiverem um efeito significativo ou persistente sobre a inflação, provavelmente não afetarão minha visão sobre a política monetária” a ser seguida, disse Waller, que é membro com direito a voto permanente no Comitê de Política Monetária do Fed (FOMC), o órgão que define as taxas básicas de juros nos Estados Unidos.
"Não acredito que essas tarifas draconianas, das quais todos falam, serão necessariamente implementadas", acrescentou, em uma clara referência às ameaças do magnata republicano.
Waller afirmou ainda que considera que "a inflação continuará se moderando em direção ao objetivo de 2%" anual do Fed "no médio prazo, e novos cortes [nas taxas de juros] serão apropriados".
Se a evolução da economia for como o esperado, Waller apoiará novos cortes ainda este ano.
Os operadores de futuros aumentaram sua expectativa de que o Fed faça uma pausa nos cortes de taxas em sua reunião do próximo mês, de acordo com dados coletados pelo CME Group: agora, 95% deles acreditam que não haverá redução no próximo encontro.
A.Munoz--LGdM