Afrescos inspirados na Guerra de Troia são descobertos em Pompeia
Esplêndidos afrescos inspirados na Guerra de Troia que adornam um salão de banquetes foram descobertos em Pompeia, anunciou nesta quinta-feira (11) o famoso sítio arqueológico perto de Nápoles, no sul da Itália.
O cômodo com dimensões imponentes (15m x 6m) apresenta refinadas decorações com temas mitológicos sobre paredes e mosaicos de fundo preto, que testemunham o luxuoso modo de vida na antiga cidade, soterrada pelas cinzas da erupção do vulcão Vesúvio no ano 79.
O heroísmo é o tema dominante nos afrescos encontrados, que mostram representações de casais de heróis e divindades protagonistas da Guerra de Troia.
Mas estas pinturas também evocam o destino e as formas como os humanos podem mudá-lo.
Entre os personagens representados estão Páris e Helena, o príncipe troiano que sequestrou a esposa do rei espartano Menelau, o que desencadeou a Guerra de Troia.
Também é possível observar Cassandra, irmã de Páris, e o deus Apolo, de quem recebe o dom de ver o futuro, embora suas previsões nunca tenham sido levadas a sério, nem mesmo por sua família.
Assim, ela alertou em vão seus compatriotas de que o cavalo oferecido pelos gregos era um subterfúgio que levaria Troia à sua ruína.
"A presença frequente de figuras mitológicas nos afrescos das salas de recepção das casas romanas tinha justamente a função social de entreter convidados e comensais, proporcionando temas de conversa e reflexão sobre o sentido da existência", explica a direção de Pompeia.
As paredes foram pintadas de preto para evitar que marcas de fumaça das lamparinas a óleo fossem vistas.
Segundo o diretor de Pompeia, Gabriel Zuchtriegel, as pessoas se reuniam neste salão "para banquetes depois do pôr do sol. A luz das lamparinas dava a impressão de que as imagens pintadas se moviam, sobretudo depois de alguns copos de um bom vinho", conta ele.
Pompeia "nunca deixa de nos surpreender porque cada vez que escavamos, encontramos algo bonito e significativo", afirmou o ministro da Cultura, Gennaro Sangiuliano.
As cinzas vulcânicas expelidas há 2.000 anos pelo Vesúvio tomaram conta da maior parte das casas de Pompeia, o que garantiu a preservação quase completa destas habitações, bem como muitos dos corpos dos 3.000 mortos.
Listada como Patrimônio Mundial pela Unesco, Pompeia, o segundo ponto turístico mais visitado de Itália depois do Coliseu de Roma, ocupa uma área total de cerca de 22 hectares, dos quais um terço ainda está enterrado sob as cinzas.
A.M. de Leon--LGdM